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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Para não se destruir, compensara seus conflitos no estudo


Julio César havia desenvolvido uma personalidade agressiva. Era pouco sociável, tímido e intolerante. Sentia-se feio e mal-amado. Para não se destruir, compensara seus conflitos no estudo. Com dificuldades, entrou para a universidade e tornou-se um aluno brilhante. Trabalhava durante o dia, ia para a faculdade à noite, estudava nas madrugadas e nos finais de semana. E, externando uma raia jamais superada, adicionou:
- Mas ultrapassei todos aqueles que zombaram de mim. Tronei-me mais culto e bem sucedido que eles. Fui um universitário exemplar e tornei-me um professor respeitadíssimo. Fui invejado por uns e odiado por outros. Muitos me admiravam. Casei-me e tive um filho, João Marcos. Mas acho que não fui nem bom amante nem bom pai. O tempo passou e, há um ano, me apaixonei por uma aluna quinze anos mais  nova. Fiquei desesperado. Tentei seduzi-la, comprá-la, contraí dívidas. Acabei com meu crédito, perdi minha segurança... e, por fim, ela me abandonou. Meu chão se abriu. Minha esposa descobriu meu caso e me abandonou também. Quando ela se foi, percebi que ainda a (p.35) amava; não podia perdê-la! Tentei reconquistá-la, mas ela estava cansada do intelectual que nunca fora afetivo, que era pessimista, deprimido e ainda por cima estava falido. Deixou-me (p.36).


CURY, Augusto. O vendedor de sonhos. São Paulo: Editora Academia de Inteligência, 2008.

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