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segunda-feira, 13 de junho de 2011

...a utopia...

"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar". (Eduardo Galeano)

sábado, 5 de março de 2011

Quem são vocês?


CURY, Augusto. O vendedor de sonhos. São Paulo: Editora Academia de Inteligência, 2008.


Muitos dançam sobre o solo,
Mas não na pista do autoconhecimento.
São deuses que não reconhecem seus limites.
Como poderão se achar se nunca se perderam?
Como serão humanos se não se aproximam de si?
Quem são vocês? Sim, digam-me, quem são? (p.61)

 Sem sonhos, os monstros que nos assediam, estejam eles alojados em nossa mente ou no terreno social, nos controlarão. O objetivo fundamental dos sonhos não é o sucesso, mas nos livrar do fantasma do conformismo (p. 63).

Uma virgula

CURY, Augusto. O vendedor de sonhos. São Paulo: Editora Academia de Inteligência, 2008.


Pensei: “Existiam distintas alternativas para enfrentar minha crise, por que não as escolhi?” Mas a dor nos cega e a frustração nos emburrece (p.54).

Eu era “normal” e, como muitos “normais’, minha loucura era oculta, disfarçada; precisava ser espontâneo (p.58).

O maior sentido para continuar vivo é estar vivo, é a insondável existência. Na universidade, havia esquecido que os grandes filósofos discorreram sobre o sentido da vida, a política do prazer e a arte do belo. Considerava tais pensamentos filosóficos desprezíveis frases de autoajuda. Era preconceituoso. Percebia, agora, que precisava bebê-los. Foi a primeira vez em que dancei sem ter uísque na cabeça. Precisava de uma vírgula para continuar respirando (p.58).

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

livra-me dos “normais”

_ Uns têm uma loucura visível e outros, oculta. Que tipo de loucura você tem?
_ Eu não tenho loucura alguma. Eu sou normal! – reagiu impulsivamente o profissional de saúde mental. Enquanto isso, o Vendedor de Sonhos admitiu:
_ Pois a minha é visível.
Em seguida, deu as costas e começou a caminhar com as mãos nos meus ombros. Três passos adiante, olhou para o alto e expressou:
_ Deus, livra-me dos “normais”! (p. 53).

CURY, Augusto. O vendedor de sonhos. São Paulo: Editora Academia de Inteligência, 2008.

Quero saber qual é sua essência

_ Não perguntei sua profissão, seu status social, suas atividades. Quero saber qual é sua essência (p.49).

_ Os profissionais de saúde mental são poetas da existência, têm uma missão esplêndida, mas jamais podem colocar um paciente dentro de um texto teórico, e sim um texto dentro do paciente. Não enquadre excessivamente seus pacientes dentro dos muros de uma teoria, caso contrário reduzirá suas dimensões. Cada doença pertence a um doente. Cada doente tem uma mente. Cada mente é um universo infinito.
Entendi o recado que passara para o psiquiatra, pois senti na própria pele o que queria dizer. Quando o psiquiatra me abordou, usou técnicas e interpretações. Eu as rechacei imediatamente. Tratou do ato suicida, mas não do ser humano dilacerado que estava em mim. Sua teoria poderia ser útil em situações previsíveis, em especial quando o paciente procura ajuda espontânea, mas não em situações em que é resistente ou perdeu a esperança. Eu estava resistente, precisava primeiro do ser humano psiquiatra e depois do profissional psiquiatra. Como ele me abordara diretamente, eu o senti como invasor, me recolhi dentro de mim, entrei num cofre.
O Vendedor de Sonhos fez o caminho inverso (p.51).

CURY, Augusto. O vendedor de sonhos. São Paulo: Editora Academia de Inteligência, 2008.

talvez minha vida tenha mais sentido do que teve até aqui

“Tentei viver sob o teto do júbilo e dos alicerces da segurança, mas  me afundei. Tentei estimular meus alunos a pensar, mas formei muitos repetidores de informações. Tentei contribuir para a sociedade, mas era uma ilha de soberba. Se conseguir vender um pouco de sonhos para algumas pessoas, tal qual esse misterioso homem me vendeu, talvez minha vida tenha mais sentido do que teve até aqui” (p.45).

CURY, Augusto. O vendedor de sonhos. São Paulo: Editora Academia de Inteligência, 2008.

eu queria tirar minha vida porque estava preso no novelo dos meus conflitos


­ _ Eu procuro vender coragem para os inseguros, ousadia para os fóbicos, alegria para os que perderam o encanto pela vida, sensatez para os incautos, críticas para os pensadores.
Júlio César, num rompante de orgulho, lembrando-se do tempo em que se sentia um deus por ter vasta cultura acadêmica, disse consigo: “Não é possível! Estou tendo um pesadelo. Acho que já morri e não percebi. Num momento eu queria tirar minha vida porque estava preso no novelo dos meus conflitos. Noutro, estou perturbado ainda porque estou diante de alguém que me resgatou e diz que vende o que é invendável. Vendo o que todos procuram mas não existe nos mercados”. E, para sua surpresa, o estranho completou:
_ E, para os que pensam em pôr um ponto final na vida, procuro vender uma vírgula, apenas uma vírgula.
_ Uma vírgula? – perguntou, confuso, o sociólogo (p.42).
_ Sim, uma vírgula. Uma pequena vírgula, para que eles continuem a escrever sua história.
Julio César começou a transpirar. De repente, sob um estado de iluminação interior, caiu em si. O irreverente homem acabara de vender para ele uma vírgula, e ele a comprara sem perceber. Não houve preço, não houve pressão, ano houve chantagem, não houve apelos. Ele a comprara para retornar às raízes da essência humana (p.43).

CURY, Augusto. O vendedor de sonhos. São Paulo: Editora Academia de Inteligência, 2008.