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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Tomar lítio todo dia... (4/20)

"Ter que ganhar dinheiro, ter que sustentar a família, ter que manter o emprego, ter que trabalhar onde a carreira é mais importante que o ser humano. Quero fugir desta maldita expressão! Eu quero trabalhar onde me indica a vocação, quero um ambiente de trabalho saudável, mesmo que o dinheiro seja menor. E quero evitar trabalhos que me prejudiquem mentalmente. Tomar lítio todo dia, como se fosse um marca-passo, já é o bastante. Passei a vender para os meus familiares que eles precisam aprender a controlar sua ambição dentro dos limites da nossa saúde. Foi assim que eu passei a pensar, mas demorei anos.."

(DINIZ, Marcelo C. P. Crônicas de um bipolar. Rio de Janeiro; Record, 2010, p. 55)

... e joguei a carta de demissão (3/20)

"Acabei mandando o curso de jornalismo para o espaço. Eu já estava trabalhando em propaganda e achando ótimo. Nem ao menos tranquei a matrícula. Fui trabalhar na convicção de que jamais ia precisar daquele diploma - ledo engano. [...] Um belo dia o chefão me chanou e me repreendeu. Achei que ele não tinha razão, coloquei o orgulho na máquina de escrever e joguei a carta de demissão na sua mesa. [...] Eu achava que podia tudo, era um dominador de vinte e poucos anos de idade. E deu até para contrair matrimônio. [...] aceitei o cargo, abrindo mão do diploma de administração, pois naquela cidade não havia esta escola. Impulso infeliz. Demorei quatro anos e meio para conseguir uma transferência... [...] Somos fruto das nossas escolhas? Pelo menos parcialmente, sem dúvida. "

(DINIZ, Marcelo C. P. Crônicas de um bipolar. Rio de Janeiro; Record, 2010, p. 53-55)

... deixaram de ensinar responsabilidade (2/20)

"[...] quando eu queria matar aula, a opção era minha. O colégio não tinha muro - era uma experiência que fizeram no Colégio Estadual de Minas Gerais naquele tempo. Mas o ônus também era meu: os professores não aliviavam na lista de presença nem nas notas. Noutro dia passei por lá e o colégio está murado. Uma pena! Deixaram de ensinar responsabilidade, amor-próprio, autoconfiança, iniciativa e uma série de outros valores."
(DINIZ, Marcelo C. P. Crônicas de um bipolar. Rio de Janeiro; Record, 2010, p. 52)

tem que se esconder para ser aceito... (1/20)

"Como deve se sentir o portador de uma doença incurável, que se trata no psiquiatra - uma categoria médica sobre a qual há tantos preconceitos - e que tem que se esconder  para ser aceito no trabalho? Mas a doença só aparece nas crises, que são de pouca duração em relação à vida toda. E como deve ser um bipolar controlado, ou semi, seja no trabalho, em casa ou com os amigos? "
(DINIZ, Marcelo C. P. Crônicas de um bipolar. Rio de Janeiro; Record, 2010, p. 14)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O JEITO PSICÓLOGO DE SER

Psicólogo não Adoece, Somatiza
Psicólogo não Transa, Libera a Libido
Psicólogo não Estuda, Sublima
Psicólogo não dá Vexame, Surta
Psicólogo não Fofoca, Transfere
Psicólogo não tem Idéia, Tem Insight
Psicólogo não resolve Problemas, fecha Gestalts
Psicólogo não se Engana, tem Ato Falho
Psicólogo não muda de Interesse, Altera Figura Fundo
Psicólogo não Fala, Verbaliza
Psicólogo não Conversa, Pontua
Psicólogo não Responde, Devolve a Pergunta
Psicólogo não Desabafa, Tem Catarse
Psicólogo não pensa Nisso, Respira Nisso
Psicólogo não é Indiscreto, é Espontâneo
Psicólogo não é Gente, é um Estado de Espírito
(autor desconhecido)

Dia do Psicólogo

É o dom de tirar lá de dentro o melhor que temos!
Não há maior responsabilidade que o de tocar no que há de mais
precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo,
suas alegrias, prazeres e inquietações.
Somos psicólogos e trememos diante da constatação
de que temos instrumentos capazes de
favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.
Mas ao lado disso desfrutamos de uma incomparável bênção
que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas
para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.
Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar,
ver sem me escandalizar, e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem,
pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas,
sejam segredos que me acompanhem até o fim.
E que eu possa ao final ser agradecida pelo privilégio de
ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir
que isso só começa quando a gente consegue
realmente se conhecer e se aceitar.
(autor desconhecido)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Capacidade de prosseguir

A  coragem não consiste na ausência de medo e ansiedade,
Mas na capacidade de prosseguir,
Mesmo quando temeroso.
(COLLINS, Gary. Aconselhamento Cristão. São Paulo: Edições Vida Nova, 1985, p.59)

Reações emocionais

"Autoridades da saúde têm verificado que as causas mais profundas de muitas doenças estão nas reações emocionais perante a vida: ódio prolongado pode danificar o cérebro e provocar desordens no coração - todas suficientemente graves para matar uma pessoa." (FOSTER, Robert. O caráter do cristão.o Paulo: ABU Editora, 1985.)

domingo, 15 de agosto de 2010

Tempo

“A coleta atenta da história médica faz mais do que acrescentar detalhes. É o aspecto mais importante da profissão médica. Conquanto a obtenção dos dados demande tempo, não há tempo que possa ser usado mais proveitosamente. Em última análise, nela reside o alicerce do relacionamento humano entre paciente e médico, baseado no respeito mútuo. O tempo que nela se emprega é um pequeno sacrifício na via do tratamento e da cura” (LOWN, B. A arte perdida de curar. p. 40).

Atenção

“Focalizo mais minha atenção nos interstícios entre as palavras, nos significados embutidos nas pausas, nas inflexões, nos termos vacilantes. Comumente, o silêncio comunica essência. A gente aprende a decifrar um assunto de que não se falou. A intuição se aguça, permitindo-nos captar uma nova ordem de complexidade, absorver o subliminal e integrá-lo quase instantaneamente num conjunto [...]. Pena que se leva uma vida toda para se adquirir a sabedoria clínica que possibilita captar o essencial com grande economia de palavras ” (LOWN, B. A arte perdida de curar. p. 38).

Queixa principal

“Ouvir não é um ato passivo [...] a queixa principal pode não ser o que mais afeta o paciente e até ter uma relação distante com algum problema subjacente [...] É o que acontece com a queixa principal. Ela conta que alguma coisa esta amargurando o paciente e o leva a procurar ajuda. Mas é só. A queixa principal com freqüência nem se identifica com o órgão certo [...] Uma vez identificado o problema, é comum que o medicamento eficaz conste de palavras, em vez de drogas. [...] o indivíduo com problema não resolvido continua buscando a solução e sai à cata de formulações. Além disso, muitos remédios prescritos para queixas principais podem causar efeitos colaterais nocivos. Despreparados, os pacientes acedem em submeter-se a procedimentos invasivos. [...] em geral os médicos se concentram na queixa principal porque as escolas de medicina não lhes ensinam a arte de ouvir” (LOWN, B. A arte perdida de curar. p. 30-32).

Ouvir

“Para ter êxito no curar, o médico precisa ser treinado acima de tudo o mais a ouvir. Apenas ouvir atentamente já produz efeito terapêutico, pois proporciona o conhecimento de histórias interessantes. São poucos os livrros que expõem a condição humana com mais clareza do que o paciente, que nos permite olhar profundamente dentro de seus olhos ” (LOWN, B. A arte perdida de curar. p.27).

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A imagem...

"A imagem não é uma percepção ou uma sensação enfraquecida; não é um pálido reflexo do passado. A imagem acha-se no caminho da abstração e da generalização; está no caminho do pensamento... A imagem, é,  pois, uma percepção repensada e, por mais incompleta que possa parecer ainda, racionalizada; é já uma racionalização do dado sensível."
(MEYERSON,I. in: SARTRE, Jean-Paul. O existencialisamo é um humanismo; a imaginação; questão de método. PESSANHA, J.A.M. (org.). 3 ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p.83)

Quando um alucinado...

"Quando um alucinado, olhos abertos, vê a três passos uma figura ausente e tem diante de si uma simples parede forrada com papel cinzento com barras verdes, a figura cobre um pedaço da parede, tornando-o invisível; as sensações que deveria provocar provocar esse pedaço são, pois, nulas; entretanto, a retina e provavelmente os centros ópticos são abalados de maneira ordinária pelos raios cinza e verdes; em outros termos, a imagem preponderante aniquila a porção que a contradiria."

(TAINE in: SARTRE, Jean-Paul. O existencialisamo é um humanismo; a imaginação; questão de método. PESSANHA, J.A.M. (org.). 3 ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p.78)

A memória

"... A memória retornando, as imagens e as idéias reaparecem, envolvem a imagem por seu cortejo, entram em conflito com ela, lhe impõem sua ascendência, tiram-na de sua vida solitária, reconduzem-na à vida social, lançam-na em sua dependência habitual."
 (TAINE in: SARTRE, Jean-Paul. O existencialisamo é um humanismo; a imaginação; questão de método. PESSANHA, J.A.M. (org.). 3 ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p.78)

Apresentação

Aqui registro frases que passeiam no meu caminho, com sentido único e expecífico; ora sem significado nenhum mas que instigam o meu pensar. Registro fragmentos na intenção de completar um mosaico do meu entendimento momentâneo e abstrato. Sem maiores pretensões as frases ou citações que aqui encontrarem um lar, dividi-las-ei com os viajantes desta construção do próprio ser.

Registro neste presente o que, no futuro, olhando para o passado, possa dar sentido ao novo presente.